sábado, 3 de março de 2012


Esses textos foram tirados do tumblr de Bruna Gurgel... visitem lá ela foi internado por causa da anorexia e bulimia grave, dá uma forcinha láaaa... 
http://garota-de-vidro.tumblr.com/
Para quem quiser o meu tumblr : http://badgirlsmiles.tumblr.com/


É possível contar nos dedos quem são aqueles que nunca críticaram uma pessoa acima do peso. É possível contar nos dedos quem são aqueles que nunca julgaram uma pessoa pela aparência. A verdade é que a sociedade contribuiu e contribui dia após dia - mesmo que indiretamente - na obsessão de diversos jovens que passam dias sem se alimentar, tomam laxantes e induzem o vômito, apenas para atenter um padrão imposto. Todos acham um absurdo quando uma jovem morre de anorexia ou bulimia, porém ainda assim continuam julgando as pessoas pela aparênciaA hipocrisia transborda.
(GarotadeVidro-BrunaGurgel)

Todos os dias, cerca de 1000 pessoas morrem, porque se olharam no espelho e não amaram o reflexo que ali viram. Ao menos uma única vez, a mídia poderia substituir alguma de suas noticias insignificantes, e mostrar a influência que ela tem sobre pessoas que perdem suas vida.
(GarotadeVidro-BrunaGurgel)

Perfeccionismo que arde, entorpece, alucina, mas principalmente destrói. Em pensar que a palavra ‘perfeccionismo’ é advinda da palavra ‘perfeição’. Para mim, uma nítida contradição.
(GarotadeVidro-BrunaGurgel)

Eu olho no espelho. E o que vejo? Uma menina que tenta ofuscar suas dores, através de um sorriso. Impressiona-me perceber o que um sorriso advindo falsamente é capaz de esconder. De repente percebo que estou sozinha, apenas eu e meu reflexo, já é possível desmascarar o sorriso dando vazão às lágrimas. Agora o que vejo? Olhar triste. Insatisfação corrosiva. Cortes não somente nos braços, mas agora no rosto. Mesmo quase me matando literalmente, não fui capaz de me tornar a princesa que desde os meus cinco anos eu sonho em ser. Não fui capaz de me tornar as ‘moças da revista’ que fazia meus olhos brilhar aos sete anos de idade, florescendo uma inocente obsessão que eu jamais imaginaria ser possível perpetuar em mim até hoje. Oito anos se passaram desde o primeiro indicio ao culto a perfeição, a uma perfeição que nunca existiu. Há oito anos eu permiti que minha mente fosse deturpada, convencendo-me que sou fora dos padrões de beleza… E até hoje eu nunca consegui sentir o sabor perpetuo da auto-estima. Eu sofro com isso, como qualquer mulher sofreria. E acredite, é muito mais que uma futilidade. É algo que domina minha vida de forma que às vezes acredito ser impossível de desprender-me. Será que tudo isso terá um final? E se realmente existir um final, será que ao menos nesse final eu conseguirei me sentir verdadeiramente bonita? Lendo dissertações do pródigo escritor Paulo Coelho sobre o corpo feminino, já me foi possível refletir o fato de toda mulher ter sua beleza, algo que a faz ser única. Como, o brilho dos olhos, a expressão do sorriso. Massacro minha menta tentando converter toda essa reflexão em certeza, principio. Porém quando estou a um passo de conseguir, o sistema que me rodeia faz questão de infiltrar o tão cruel padrão novamente em mim, dando inicio a um paradoxo interior, resultando em uma dolorosa recaída. Isso se tornou um desgastante ciclo. Levantar e cair. A beleza que a sociedade empoe provoca efeitos em mim tão corrosivos como um ácido fluorídrico. Como pode uma aparência fugaz, valer mais que um eterno caráter? O mais trágico é que não é algo atual, minha mente foi exorcizada pelo sistema quando eu era apenas uma criança. Tão pequena e eu já convivia com o perfeccionismo à aparência. Em vez de brincar como típicas crianças de sete anos faziam, eu optava por passar horas em frente ao espelho escovando cabelo, me arrumando, me esforçando a esconder imperfeições indetectáveis na infância. E desde aquela época, se o elogio de um terceiro viesse, meu coração inundava, se aquecia. Porém, se uma criança da mesma idade em compreensíveis brigas infantis explanasse algo da minha aparência, como ‘feia’‘horrível’, eu morria um pouco por dentro. Atualmente, continuo vulnerável a criticas maliciosas, sobre a aparência. ‘Gorda’, ‘feia’, ‘horrível’, são algumas das palavras que quando são cuspidas sobre mim soam a unhas arranhando um quadro negro. Mesmo que não com a intenção de ferir, me quebra por inteira. São criticas que me atingem como punhais na pele. Entretanto se a dor que essas palavras provocassem fosse física, seria mais fácil de lidar.
(GarotadeVidro-BrunaGurgel, desabafo)
O tempo faz com que cresçamos rápido, fazendo questão de com ele, levar o olhar pueril com o qual até então, enxergávamos o mundo. É como se em uma fração de segundos fossemos obrigados a encarar o mesmo mundo, porém com outros olhos. 
(GarotadeVidro-BrunaGurgel

E eu posso vômitar tudo, menos a minha dor.(GarotadeVidro-BrunaGurgel
Hoje me tornei isso aqui, esse ser que estupra os olhos das pessoas com a intensa falta de interesse na própria vida. Entretanto eu garanto. Há muito tempo deixou de ser apenas uma fútil questão de magreza. Passou a ser uma forma de esconder o buraco sem fundo que ocupa o espaço do amor próprio. Uma forma de preencher o vazio da falta de um alguém que possa me abraçar, ou até mesmo alguém me lembrando que a minha vida também pode ter algum valor.
(GarotadeVidro-BrunaGurgel)

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